Você já pensou que as salas de aula são o único caminho para quem se forma em licenciatura? O professor de geografia Renan Freitas mostra que existem mais possibilidades, inclusive na internet. Seu canal no Youtube, chamado “Mas Afinal“, tira grandes dúvidas sobre ciências humanas e outros assuntos que gosta, como política, futebol e temas que estão na mídia, levando sempre informação de qualidade para o público.
Atualmente, o canal conta com mais de 40 mil inscritos e possui o selo SVBR, pertencente ao projeto Science Vlogs Brasil, que valoriza e divulga criadores de conteúdos científicos confiáveis na plataforma. O vídeo de maior sucesso é “Bella Ciao | La Casa de Papel“, que traz informações sobre a história da trilha sonora da série. Quando questionado sobre seu vídeo favorito, Freitas surpreende: “como todo pai, eu gosto de todos. Mas o melhor vídeo é sempre o que não foi gravado, estou sempre pensando no próximo”.
Como tudo começou
O professor teve a ideia de produzir vídeos para o Youtube em 2015 ao observar que não haviam muitos conteúdos voltados para ciências humanas. Para ele, o que mais estimula a continuar com o canal é o reconhecimento de profissionais da mesma área, além de pessoas que nunca pensaram sobre uma determinada questão pelo viés abordado.
Já a maior dificuldade é conciliar vários compromissos, especialmente em momentos como agora, sendo um professor em fim e começo de trimestre. “Tenho que aliar o tempo que gasto no meu trabalho e que me dá sustento com os vídeos. Então, é comum eu ficar uns tempos em “off” justamente quando aumenta mais a carga de trabalho”, explica.
Divulgação científica
Freitas tem esperança de que a ciência seja levada como prioridade, mas não deixa de ser realista. “Entre eu esperar e acontecer tem um abismo… Vimos nos últimos meses o corte violento na ciência. Além do corte por si só ser horrível, quem acaba perdendo mais são as ciências humanas. Então, eu só gostaria de que ciência e educação fossem prioridade de fato”, conclui.
Para finalizar, o professor também ressalta que, ao contrário do que muitos pensam, ciências humanas não são apenas questões de opinião, e muito menos conceitos rasos. “Aqui também é produzido conteúdo, análises e relações. Quando há honestidade intelectual, existe pouco espaço para achismos”.