Falta apenas um dia para o tão esperado mergulho do submarino Ariranha e a nossa expectativa só aumenta. Após mais de três anos de projeto, resolvemos deixar essa história registrada em nosso blog! Na primeira matéria, contamos como tudo começou. Já na segunda, demos mais detalhes sobre a construção, destacando os maiores erros e acertos. E nesta, finalmente, falaremos sobre toda a preparação para o grande momento!
O vídeo do mergulho em uma piscina de 4,8 metros de profundidade conquistou mais de 4 milhões de visualizações. “Submarinos fazem parte do cotidiano de pouquíssimas pessoas, mas vivem na imaginação de todos. É um veículo que consegue ir a lugares em que o ser humano não sobreviveria, talvez por isso gere tanta curiosidade”, explica Iberê Thenório.
Mesmo com o resultado bem-sucedido, naquela piscina, percebemos que nem tudo no submarino estava 100%. Por isso, no início deste ano, fizemos nove melhorias. Algumas foram somente detalhes, enquanto outras fazem muita diferença para a segurança: modificamos a forma de acionamento dos motores e a posição do motor; inserimos lanternas e pés de cabra para emergências; reforçamos o volante da escotilha; instalamos um sistema de resgate (lift bag); iluminamos a parte interna e, por fim, instalamos um periscópio.
Ufa! Bastante coisa, né? Mas todo cuidado é pouco para que dê tudo certo no final. “O que vai mais contra a nossa intuição é o jogo entre pressões. Da água, da cabine, dos lastros, do tanque de mergulho. Tudo o que a gente fazia tinha que ser muito bem pensado pois, se faltasse pressão, implodia. Se sobrasse, explodia. Tanto que, em um dos nossos testes, o casco do submarino de fato arrebentou e perdemos mais de um mês de trabalho”, conta Iberê.
Nosso apresentador ressalta que, se o projeto começasse hoje, ele faria diferente: um submarino com um snorkel para respiração, para facilitar a construção e deixar o veículo mais seguro. Além disso, se coubesse mais uma pessoa na nossa embarcação, ele já teria um destino e a tripulação certa. “Levaria a Mari para o Caribe, com certeza”.
Pintura do submarino
Com tudo resolvido, chegou a hora de pintar o submarino. Após muita discussão entre a equipe, escolhemos uma inspiração: o Yellow Submarine – The Beatles. E para ficar ainda mais especial, convidamos o artista Dizing, de Piedade, em São Paulo, cidade em que a Mari e o Iberê cresceram. O resultado ficou sensacional!
Para a escolha do nome “ariranha”, contamos com a ajuda do público por meio de enquetes nas redes sociais. A ideia era encontrar um animal que fosse muito bom em nadar e mergulhar, além de ser em tupi, para seguir a tradição dos submarinos brasileiros.
Curso de mergulho
Você pensou que a preparação para o mergulho no mar se resumiu a cuidados na construção do submarino? Na verdade, foi bem além disso. Uma das coisas mais importantes dessa jornada foi o curso de mergulho do Iberê, com batismo registrado em Ilha Grande, localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O lugar é bastante atrativo para aqueles que não abrem mão de uma boa aventura.
Após essa etapa concluída, já não faltava mais nada para colocar o submarino no mar! Então, fomos até Paraty, destino escolhido para viver o grande momento…
E essa história não acaba aqui! Amanhã, às 17h, lançaremos o vídeo oficial do mergulho do submarino em nosso canal no Youtube. Vale marcar na agenda e se preparar para ver imagens incríveis!
A tradição dos barcos
Será que o submarino é o último da saga dos barcos do Manual do mundo? De acordo com o Iberê, não. “Pelo contrário! Com o submarino pronto, a gente volta a ter tempo para fazer os barcos malucos! O projeto de janeiro de 2022 já está definido, inclusive. Mas é segredo. De qualquer forma, o submarino foi tão bacana que eu e o Pena estamos escrevendo um livro sobre tudo o que aprendemos na construção dele, desde as lições de Física e Engenharia até as incríveis histórias de submarinos do passado”.
E aí, quem já está ansioso para ler essa obra?